terça-feira, 26 de janeiro de 2010

São Paulo de fulano, sicrano e beltrano


Nesta crônica não serei irônico ou ardiloso, prometo, afinal, é uma crônica comemorativa de 456 anos da cidade de São Paulo. Cidade de fulano, sicrano e beltrano, São Paulo nossa, acolhedoramente nossa.

Para fazer uma singela homenagem, posto aqui a letra de uma música sobre São Paulo, até caio em clichê, eu sei, mas que seja clichê, o que importa é, que a música tocada em meus ouvidos e cantada por minha voz é "Sampa", do Caetano Veloso. Logo eu, que não possuo nenhuma afinidade por suas canções, mas mesmo assim essa música me marca.

Claro que não só a mim, deve marcar muitas outras pessoas, como marca época também, tanto que se fosse escrita hoje, talvez ao cruzar a Avenida Ipiranga com a São João, ele não sentiria algo preencher o seu coração e sim sumir de seu bolso, ou ao invés de "a dura poesia concreta de tuas esquinas", descreveria, “a dura pichação no concreto de tuas esquinas”.

São Paulo é assim, enorme, que muda de forma muito acelerada, sofre uma mutação desenfreada como relata sua música. Pergunto-me se hoje os novos baianos apenas passeariam na terra da garoa, ou mergulhariam em suas enchentes assustadoras.

Uma coisa é certa, não só os novos baianos, mas todos podem curtir São Paulo numa boa, que é uma cidade maravilhosa e muito acolhedora, aliás, como diria Juca Kfouri, fã confesso do Caetano, o único problema de São Paulo é não chamar-se Corinthians.

Como pode notar, não cumpri a promessa feita acima, desculpa, fica com raiva não, foi força de hábito.

Sampa

(Caetano Veloso)

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Televisão Safadinha

Isso mesmo, a televisão é safadinha; O sexo nunca esteve tão presente na televisão brasileira. Do programa do Jô, às pegadinhas eróticas do Silvio Santos. É sério, até sinto falta da “comportada” banheira do Gugu, que antes constrangia apenas donas de casa desavisadas e hoje seria algo até puritano diante de tanta exposição corporal. São glúteos, mamas, e muita “pegação” na televisão.

Com tanto sexo exposto, talvez fosse melhor se todo aparelho de televisão fabricado além de já ser estéreo fosse estéril, assim ninguém correria risco de engravidar vendo TV. Eu sei, a analogia é tosca, mas minha preocupação é muito verdadeira. O sexo está em toda programação, até mesmo no esporte, mas todos sabem que o único problema, é que na hora “H” o Palmeiras sempre brocha (prometo que é a última piada infame).

Eu até gostaria de sugerir ao governo brasileiro, que se crie um canal exclusivamente para toda essa pornografia que tanto amamos, e claro, aproveitar para enchê-lo de horário político, afinal, uma boa putaria nunca falta nesses programas. Calma, eu sei que estou desbocado, mas fala sério, aparece cada figura trajada de forma bizarra, falando coisas bizarras, buscando votos de eleitores bizarros, então nada mais justo, que dar-lhes espaço na grade de programação.

Aliás, podia até ter um programa de auditório, onde o político dos seus sonhos faria um streap-tease e dependendo do desempenho, a platéia encheria sua cueca de dinheiro. A única coisa que não seria permitido é fazer uma oração depois da samba-canção estiver cheia de grana. Contudo, analisando pela forma física de muitos deles, teriam que ter muita sorte para conseguir colocar um único real na ceroula, iriam precisar de muito trevo de quatro folhas, pé de coelho, ferradura de cavalo, e até galho de arruda. Arruda? Nossa! Esse programa não vai dar em boa coisa.

Para liderar essa programação, poderiam chamar a Gretchen, que além de possuir experiência na telinha, já saiu como candidata política e ainda gravou filmes pornôs; É bem verdade que em nenhuma dessas 3 frentes ela foi tão bem assim, mas de qualquer forma me parece que a rainha do bumbum é a pessoa qualificada, afinal, estamos falando de um canal de bacanal, e não de algo recatado e certinho.

Falando em certinho, para ficar perfeita a programação, poderia ter uma atração de orgia, voltado para pessoas, digamos, mais moderninhas e desapegas com o tradicional. Já até imagino o roteiro, com oito anões, cinco garotas vietnamitas, seis albinos, 32 mulatas (preferência para brasileiras) e quatro cabras; Aí é só gritar gravando, que teríamos um programa recorde de audiência. O que acha?

Que foi? Não gostou das cabras? Não entendeu? Usa imaginação, ou você não é moderninho (a)? Talvez ainda seja quadrado do tempo da banheira do Gugu. Se não gostou da minha idéia, não fica aí fazendo cara feia, saí para lá com seu mau-olhado, que para o seu governo, eu to segurando um galho de arruda aqui na mão. Arruda? Meu Deus, melhor deixar isso para lá, essa crônica está ficando politicamente incorreta.