domingo, 18 de maio de 2008

Hippie pobre; Prêmio; E revelações de uma jovem senhora


Não sei muito sobre o mundo hippie, tão pouco minha pesquisa resultou em algo, contudo decidi ir caracterizado desse personagem a festa de aniversário de uma amiga de minha irmã, que tinha como tema os anos 60 a 80, me faltou criatividade e grana, devem ser esses os motivos, pois apesar de toda minha consulta no Google, acabei vestido de qualquer personagem menos de hippie. Assim que me olhei no espelho caí na risada, fiquei mais parecido com um cigano, pirata, ou qualquer outra coisa, como disse minha irmã, mas hippie? Para isso faltou muito. Fui assim mesmo à festa e lá me senti o hippie mais pobre, fui suplantado pelos outros hippies, mais coloridos, inclusive um que achei ser o animador da festa, tão bizarra era sua fantasia, mas fiquei sabendo ser o pai da aniversariante e não o palhaço. Mal na vestimenta restou-me chamar atenção por outros elementos, como minha grande capacidade de dançar, e com minha irmã abri o salão, dançamos aos olhos curiosos de todos, dançamos com maestria, com desenvoltura, com talento, com beleza e graça. Mentira claro; Dancei mais como um pato fora da água, pois também não sabia dançar músicas dessa época, e mesmo com um desempenho cômico, ganhamos eu ela, das mãos do DJ, o prêmio de melhor casal da pista. Juro, não foi armação, nunca ganhei um prêmio assim, mas dessa vez fomos os astros da pista, me senti o John Travolta, nos embalos de sábado à noite, fomos chamados ao palco para receber as palmas de todos, me sentia com tudo, o centro da festa, de hippie pobre, passei a ser o hippie campeão, estava no meu ápice, me sentindo o cara, tanto que assim que o DJ perguntou nossos nomes eu disse a ele apenas o meu, ele então perguntou o nome de minha parceira de dança e eu respondi “Não importa o nome dela, o importante é o meu mesmo” Mas ela percebeu que eu queria roubar a cena, e disse seu nome ao DJ, então tive que dividir a fama.

O que foi constrangedor nessa história foi como ele nos chamou ao palco, pegou o microfone, parou a música e disse assim:

“Pessoal, vou premiar o casal da noite” apontou para nós e continuou, “Você moça com esse belo vestido vermelho, e você rapaz usando... usando... usando... essa roupa de... de... de... você que ta com ela, sobe aqui ao palco”

De fato eu não parecia um hippie, não parecia com nada. Mas quem liga? O que importava era ganhar o prêmio de melhor casal da pista; Bom, a que se dizer que nós éramos o único casal. Sério; Só havia nós, e um monte de mulher dançando sem par. Olhando pelo lado positivo, pior era ter perdido o prêmio não é?

Depois vieram os parabéns para a aniversariante, o corte do bolo, os choros, declarações, discursos e começaram as fotos, durante essa sessão, ouvi uma pérola daquelas que se me contam, que aconteceu eu não acredito, então fique livre para não crer no que vou contar, mas aviso que tenho testemunhas. Estávamos eu, meu cunhado, (que como diz ele, se fosse bom não começa com cú) e minha irmã, quando encostou a nós uma mulher, devia ter seus 40 anos, não era bonita e nem feia, mas isso não interessa, e sim o que ela disse:

“To cansada de tirar fotos”.

Minha irmã, com educação, respondeu que também, e a mulher prosseguiu:

“Já tirei muitas fotos hoje, para o Globo Rural”

Ficamos mudos sem entender nada e ela fechou com chave de ouro, depois de perguntarmos por que Globo Rural?

“Porque eu sou uma vaca”

Eu juro que ela não estava bêbada, e nem nós, mas que ela disse isso, disse.

Viva os hippies, sexo, drogas e rock in roll, tudo com um punhado de besteira.